Nos meus tempos de estudante, a biblioteca escolar era um ponto de encontro, de partilha, de conhecimento, de descoberta. Lembro-me de que foi na biblioteca escolar que aprendi a consultar o Diário da República! E lembro-me de me perder a ler os cabeçalhos de livros e mais livros, até me doer o pescoço! E de experimentar abrir manuais técnicos com tantas e tantas páginas que não consegui fazer o trabalho atempadamente, por me perder na leitura de páginas e páginas desses manuais, tal era a minha curiosidade! Considero, indubitavelmente, as bibliotecas escolares como dos raros espaços onde há verdadeiramente igualdade de oportunidades, pois o acesso ao saber nestes locais é universal. Agora as bibliotecas escolares são ainda mais apelativas e mais inclusivas e permitem ainda mais igualdade de oportunidades, pois dispõem de recursos tecnológicos que no meu tempo não havia e que muitos pais não podem comprar para os seus filhos. As BE são, para mim, o espaço mais democrático das escolas! Contudo, parece-me que muitos alunos ainda não usufruem tanto como deviam das bibliotecas escolares, porque quase sempre a ida a estes locais não é obrigatória. Penso que todos os alunos deviam passar obrigatoriamente um determinado tempo por semana na biblioteca escolar, para adquirirem o gosto de lá irem sempre, meso depois de saírem da escola, ao longo da vida, pois acredito que muitos adultos só foram a uma biblioteca enquanto andaram na escola, e provavelmente fizeram-no poucas vezes, porque lá tem de se estar em silêncio e a ida não seria obrigatória. Eu própria, gostava de ter o hábito de ir a uma biblioteca mais regularmente.
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(Florinda, mãe/ encarregada de educação, Escola Secundária de Peniche)