A biblioteca escolar teve sempre uma importância muito significativa na minha vida pessoal, académica e profissional. Foi com os recursos da biblioteca da minha escola que percorri os inúmeros caminhos da imaginação e da criatividade, cresci e aprendi. Com os livros que me facultou viajei, vivi, chorei e ri entre heróis e vítimas, fadas e fantasmas...
Foi com os livros que descobri muitas das coisas significativas que me ajudaram a estruturar enquanto pessoa, foi com eles e no meio deles que encontrei respostas para interrogações existenciais que me afetaram ao longo do meu crescimento.
Enquanto docente, é mais uma vez junto da biblioteca escolar que vou buscar informações, que consolido conhecimentos que busco consolo para as minhas inquietações pedagógicas e didáticas.
Este bichinho livreiro continua a dar-me prazer e paz, conhecimento e saber. Tem também um caráter hereditário, pois já o passei às minhas filhas. Deve ser contagioso, pois já infetou muitos dos meus alunos. Todos apresentamos a mesma patologia: carência obsessiva de leituras significativas e comportamentos compulsivos que obrigam a andar constantemente acompanhado por um livro interessante e estimulante.
Como docente, utilizo quase diariamente a biblioteca da minha escola, um espaço de fruição, de reflexão, de apoio e de realização, onde me sinto bem, sempre bem-vinda, aceite e acompanhada nas minhas propostas e nos meus projetos.
Hoje, o livro ainda é muito importante para mim e para quem comigo convive, no entanto, não rejeito as viagens que os novos meios digitais oferecem em termos de amplas possibilidades de descoberta e de criação, onde a palavra e a imagem persistem em comunicar comigo e em que interrogar.
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(Elsa, docente, EB 23 da Cruz de Pau)