O meu testemunho não se sujeita a esquemas pré-concebidos, espartilhos que não são compatíveis com o que sonho ser uma biblioteca escolar. Lembro-me bem do espírito inicial! Identifiquei-me, de imediato, com aquela rajada refrescante e, durante vários anos, concorri para que a escola, onde trabalhava então, entrasse na REDE!
Sentia-se que era necessário, imperioso que a velha ideia de biblioteca fosse alargada e rejuvenescida, com valor acrescentado, integradora de novos ventos, de novas tecnologias para que todos pudessem dispor delas! Eia!.
A biblioteca assumia a centralidade e a transversalidade dos saberes escolares e dos outros também... Abertamente e sem separatismos. Gerava e geria recursos com vontades grandes e recursos pequenos.
Sim, era, é e será sempre preciso LER. Sim, as novas tecnologias são fundamentais e também é preciso saber lê-las! Saltou o muro e transformou-se num espaço risonho, acolhedor, promissor e sobretudo um motor de entendimentos, de conhecimentos e de criação... De criação! É a parte que continua a fascinar-me mais. Não há limites para a criatividade/criação. Não há espaços mortos nem poeiras. Há poemas que saltam dos livros e escolhem bocas de onde serão ditos; chamam melodias e danças que acontecem ali mesmo, na biblioteca ou noutro espaço qualquer. Foi e é um espanto! Uma conquista! Continuo a dar-me porque a biblioteca é a generosidade maior! É o princípio e "No princípio, era o verbo". É a "eterna novidade dos mundos"!
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(Luís, psicólogo, Agrupamento de escolas de Valongo do Vouga)