A Biblioteca acompanha-me desde cedo. Em lugares do interior do país o conhecimento era procurado nos livros, em carrinhas itinerantes. Andava na altura na escola primária. Inaugurei, lá na vila, o ciclo preparatório e ajudei ao parto da sua biblioteca. Passei a leitora assídua da biblioteca do liceu, que, entretanto, já frequentava. Para fazer face aos objetivos que delineara tive que sair da vila. Foi na Biblioteca Nacional de Lisboa que satisfiz a curiosidade e a necessidade de realizar aprendizagens. Mas é à Biblioteca do Centro de Estudos Geográficos que agradeço o curso que me sustenta a vida. Foi este o espaço da comunicação, da reflexão e do debate.
O desenvolvimento pôs à disposição do Homem uma grande diversidade de recursos. Vive-se numa sociedade de informação. As bibliotecas sofrem a concorrência de outros espaços e eventos.
A Biblioteca da escola onde leciono entendeu este desafio. Nela o conhecimento escrito, lido e ouvido, o conhecimento livro e o conhecimento digital movimentam-se no espaço e entre pessoas.
O conhecimento existe em todos os espaços e em toda a humanidade habita. Mas, sendo o espaço vivenciado individualmente, o conhecimento de cada um e o que existe em todo o lado, não é do conhecimento de todos. Para que todos saibam mais, devem as bibliotecas, em colaboração com outros parceiros, possibilitar a igualdade de oportunidades e garantir a sustentabilidade da Sabedoria. Nascerão novos pensamentos, se a eles derem liberdade.
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(Hermínia, docente, Escola Secundária de Diogo de Gouveia)