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No primeiro andar da minha escola, há uma porta aberta para o mundo, é a nossa biblioteca. E aqui o determinante possessivo bem que podia ser o seu nome - NOSSA-, pois é assim que todos a sentimos, de tão bem acolhidos que somos. É o espaço de cada um e de todos.

Ali, à distância de um dedo ou de um movimento de olhos, entramos no domínio do digital, da tecnologia, dos media, ou do clássico livro, com sabor a teimosia e requinte. Seja qual for o suporte, o caminho que percorremos é sempre o que nos leva à informação e ao conhecimento, à reflexão, à comunicação, ao outro. Descobrimos que o mundo é imenso e nós somos mínimos, percebemos que há tanto para saber. E acontece magia: prazer e trabalho confundem-se, como se confundem as vozes sonantes e dissonantes dos que falam connosco- escritores, artistas, cientistas, desportistas, linguistas, famosos e anónimos. Num rodopio, conseguimos reunir pensadores de todos os tempos e de diferentes quadrantes. Todos nos lembram que a construção da nossa identidade e da nossa liberdade passa por lugares assim, de cores, de dinâmicas, de movimento, mas também de silêncios e organização.

A passagem por aquela porta é um ritual de iniciação repetido, em cada intervalo, em cada dia, em cada semana, com a certeza de que encontraremos sempre o pasmo dos iniciados, aquele misto de surpresa, encantamento e satisfação de quem descobre o que precisava (a resposta, o livro, o filme, a estratégia, a dica). E essa passagem vem sempre acompanhada daquele sorriso, a garantir-nos que aquela é a nossa casa.

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(Maria João, docente, EB Venda do Pinheiro)

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