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Livros… Na casa adormecida, abria sorrateiramente o candeeiro e lia o livro “roubado” da biblioteca cheirosa e familiar. A noite espreguiçava-se até ao raiar do primeiro sol. Ao gosto da leitura, associava o prazer de uma transgressão sem arrependimento. Depois de muitas noites, madrugadas e sóis, comecei a frequentar bibliotecas: escolares, públicas e universitárias. Aí, os livros desafiavam-me com as suas lombadas guardiãs de segredos, apelo irrecusável a mil sentires e significados. Mais tarde, comecei a construir a minha própria biblioteca. Necessito dessa paisagem em meu redor.

Assim, quando me convidaram para colaborar com a BECRE da escola onde leciono Artes Visuais, foi com encanto que aceitei o desafio. É fácil partir de uma cumplicidade especial, o gostar de livros, para a amizade baseada num conhecimento profundo da vida. Foi esse ânimo que encontrei na equipa que orienta a nossa Biblioteca, transmitindo o seu entusiasmo e paixão ao principal utente, o aluno.

Nesse espaço claro, as atividades sucedem-se, exigindo-me o desdobrar de múltiplas competências. Numa desordem disciplinada, a nossa Biblioteca é um pólo motriz e luminoso.

Recanto caloroso, ilha apaziguante, onde se colhe reconforto físico, estímulo intelectual.

(…) Ouço, meigo, um “olá”. – “Então, por cá outra vez?” Pergunto. – “Sim, gosto muito de vir aqui. Aprendo tanto… E, depois, venho buscar outro livro.” (…)

Palavras mansas que justificam o imenso orgulho de partilhar este projeto

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(Maria de Lurdes, docente, Agrupamento de Escolas Soares dos Reis)

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