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Quando comecei, o conceito de biblioteca digital não existia. Eram os livros e as pessoas. É importante o contacto, a brincadeira, as conversas com professores e alunos. Tive um grupo de alunos que durante 3 anos passava todo o tempo livre na Biblioteca, foram e continuam a ser os “meus meninos”. Durante a semana dos jogos matemáticos, mesmo com as mesas ocupadas vinham e sentavam-se ao pé de mim no balcão e no chão a estudar. Saber que me consideram e chamam bibliotecária 5 estrelas é um orgulho, ouvi-los dizer que a “minha BE” (como carinhosamente lhe chamo) é uma referência para eles deixa-me com a sensação de dever cumprido.

As bibliotecas estão a mudar, o universo bibliotecário já não se restringe apenas aos livros, revistas e outros materiais das bibliotecas tradicionais. Estamos cercados de informação através de livros, artigos de revistas e jornais, músicas, websites, vídeos, noticiários, dados estatísticos, etc. Com tanta oferta é necessário selecionar, interpretar e utilizar a informação adequada é aí que podemos fazer a diferença, orientando, os alunos, nessa seleção e mostrando-lhe novos formatos de leitura.

A revolução digital pode ser maravilhosa, cria bibliotecas sem espaço físico, torna-se mais acessível e até a consulta dos catálogos é feita online. Mas ao mesmo tempo deixa-me triste porque passa a ser uma biblioteca sem livros, em que todos passam a olhar para um monitor. Deixamos de sentir o prazer de folhear um livro, de sentir o cheiro deles…

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(Cristina, assistente operacional, Escola Secundária de Molelos)

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