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Jornalismo estudantil Covid-19



A forma mais eficaz de luta por um jornalismo independente é por via da educação. Pedir às crianças e jovens para observarem, analisarem e interpretarem criticamente e registarem (artigo de opinião, entrevista, ensaio, fotografia, vídeo…) os factos relativos à sua família, bairro, cidade, país e ao mundo, permite-lhes que elas estejam atentas e criem um registo do quotidiano, identifiquem e processem mudanças, formem opiniões fundamentadas e se tornem resilientes.


Foi com este propósito que Bryan Shaw, professor da Ygnacio Valley High School (Califórnia), criou o Covid-19 Student Journal baseado num guião que orienta os jovens do ensino secundário a contarem, na primeira pessoa, histórias únicas e verdadeiras que mostrem o seu envolvimento na comunidade em contexto da pandemia Covid- 19.


Na área do storytelling e do audiovisual e, com a finalidade de proporcionar às crianças e jovens uma aprendizagem interdisciplinar que possibilite o seu engajamento cívico e empoderamento na comunidade, o projeto estudantil Making Sense of Coronavírus da Student Reporting Labs explora as potencialidades da educação e ensino ser feita atualmente a partir da internet e, em particular, da utilização do vídeo.


A propósito de jornalismo feito por/ para crianças e jovens durante a pandemia a UNICEF reuniu um conjunto de blogues - #StayAtHome: Journals by children amid the COVID-19 pandemic - Blog 1/ Blog 2 - que registam a voz das crianças a respeito dos efeitos desta crise sanitária. Se os mais novos são geralmente assintomáticos, apesar de grandes transmissores do vírus, por outro lado, também nesta crise, eles continuam a ser quem mais sofre devido aos efeitos de mitigação da pandemia (ex. desemprego, fome, violência doméstica). A situação agrava-se quando fazem parte de grupos vulneráveis da sociedade, como os pobres, refugiados e doentes mentais.


Ouvir as crianças e jovens com base nestas formas de fazer jornalismo pode ser útil para que elas desenvolvam competências e aprendam, para identificar e agir sobre situações de carência e fragilidade que, muitas vezes, envolvem as próprias crianças ou jovens e, ainda, para mobilizar os meios necessários para as superar.

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